Um assunto extremamente discutido no mundo da cinofilia, são as tais cores consideradas “exóticas”, ( Merle, Preto, Chocolate) ou então cores de animais que não são reconhecidos pela FCI ( FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE CINOFILIA). Termo esse utilizado para glamourizar cães em desconformidade com o padrão da raça. Qualquer criador sério, que tenha amor a raça, não realiza “experiências” genéticas, reproduzindo cães fora do padrão, com fins puramente financeiros.

Mas infelizmente o ser humano está sempre inventando, principalmente oportunistas e inconsequentes, alguma forma de criar cães “diferentes”, seja com combinações de cores ou estrutura corpórea totalmente fora do padrão exigido pela raça. O objetivo seria criar um cão diferente do padrão, para tentar agradar um público desavisado, criando assim uma fábrica de aberrações.

A cor merle por exemplo, é uma cor aceita em algumas raças caninas, porém provoca uma diluição irregular sobre a cor da pelagem visível do cão modificando a cor da base de pêlos esbranquiçando-a e criando manchas. A irregularidade da diluição produz aquilo que parece ser uma série de amostras de cores escuras em um campo de cor mais clara. O gene merle também modifica a coloração escura dos olhos mudando para azul ou a parte do olho que for azul, mancha de rosa e preto o nariz e almofadas das patas e, no pior das hipóteses, causa defeitos oculares afetando a visão e surdez congênita. Defeitos oculares incluem microphthalmia, pupilas de formato irregular, subluxação de pupilas ( pupilas não centralizadas ), condições que causam aumento da pressão ocular, entre outros. Cães duplo merle podem ser surdos ou cegos, ou até ambos e muitas vezes com outros problemas físicos como completamente sem olhos.


Mesmo quando cruzamos um cachorro merle, com outra que não seja dessa cor, o cão poderá ter pelagem normal, mas por ser portador do gene merle, é capaz de produzir filhotes na cor merle.

A seguir algumas fotos de deformidades ocasionadas pelos cruzamentos irresponsáveis na tentativa de obter a tal cor “exótica”.









Fica a pergunta: vale a pena arriscar??
Até quando veremos tantos exemplares com problemas sérios de saúde, cegos e surdos apenas pelo prazer de se conseguir um animal " exótico"?
Até onde chega a ganância do ser humano?
Ou melhor, quando essa ganância dará lugar a uma postura mais ética visando o bem estar e a geração de cães saudáveis ?
Ficou Impressionado ??????
Espero que este texto sirva para muitos refletirem antes de cruzar seus cães ou de comprar um filhote "exótico" e ajudar a patrocinar a formação de outros tantos que ninguém divulga. Fica aqui o meu recado
Dr. Sergio Laffranchi

Fonte: Canil Laffranchi